À medida que a Finlândia se prepara para mudar suas regulamentações de jogos de azar, surge uma questão crucial: a nova legislação imporá uma proibição ao marketing de afiliados?

Espera-se que o governo finlandês publique uma versão revisada de sua lei de jogos de azar até o final de outubro, com o objetivo de fazer a transição de um monopólio estatal para um sistema de licenciamento múltiplo até janeiro de 2027. O projeto de lei, que será submetido à revisão da União Europeia, deve abrir o mercado para operadores licenciados e abordar uma série de questões regulatórias. Enquanto a indústria de jogos de azar aguarda ansiosamente essas mudanças, certas partes do rascunho inicial levantaram preocupações. Entre os temas mais debatidos está a possível proibição do marketing de afiliados. Alguns especialistas, conforme relatado pela Vixio, observaram que a versão atual do projeto de lei é ambígua. O uso do termo “anunciantes terceirizados” pode se referir tanto a afiliados quanto à mídia impressa tradicional, levando a pedidos por mais esclarecimentos.

Preocupações com a canalização 

Os interessados do setor temem que tal proibição possa, inadvertidamente, beneficiar o mercado ilegal, afastando os jogadores dos sites licenciados. Jari Vahanen, chefe da The Finnish Gambling Consultants e ex-executivo da Veikkaus, considera a proposta de proibição de afiliados problemática. Ele argumenta que excluir os afiliados do marco regulatório poderia levar a um aumento da publicidade por operadores não regulamentados, minando os objetivos da lei. A Veikkaus, o monopólio estatal que perderá grande parte de sua posição dominante sob a nova lei, tem visto sua participação de mercado diminuir à medida que o mercado não regulamentado se expande. De acordo com as estimativas de Vahanen, a participação de mercado on-line da Veikkaus caiu para 50,9% em 2024, com quedas adicionais esperadas.

Resposta da EGBA 

A Associação Europeia de Jogos e Apostas () também expressou fortes preocupações em relação às restrições propostas ao marketing. Em um comunicado de imprensa, o secretário-geral da EGBA, Maarten Haijer, pediu revisões, alertando que “a proposta de proibição de marketing de afiliados e publicidade em redes sociais pode sair pela culatra.” Ele argumentou que esses canais desempenham um papel crucial em direcionar os consumidores para plataformas regulamentadas e que sua exclusão poderia levar os jogadores a sites não licenciados. A EGBA propôs incluir os afiliados no marco regulatório e permitir a publicidade nas redes sociais sob diretrizes claras. “Ambos são ferramentas valiosas para canalizar jogadores para operadores licenciados. Ao implementar diretrizes claras, como mensagens obrigatórias de jogo responsável, a Finlândia pode aproveitar o poder desses canais de marketing enquanto mantém altos padrões de proteção ao consumidor”, afirmou a associação. Haijer também criticou a proibição total de bônus, sugerindo que isso tornaria os novos operadores licenciados menos competitivos em relação aos sites não regulamentados. Ele recomendou uma abordagem mais refinada, permitindo bônus sob certas condições e com diretrizes de uso responsável para melhor proteger os consumidores e garantir a competitividade do mercado.

Próximos passos

À medida que a legislação de jogos de azar da Finlândia se aproxima de sua conclusão, o debate sobre o marketing de afiliados permanece uma questão crítica. A resposta da indústria e as possívecis emendas ao projeto de lei serão observadas de perto, pois elas moldarão a futura dinâmica do mercado de jogos de azar da Finlândia e seu alinhamento com as tendências regulatórias mais amplas da UE.

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