Um novo estudo revelou a crescente normalização das apostas entre os jovens fãs de esportes na Irlanda, conforme reportado pelo . A , realizada por uma equipe da Universidade de Ulster, da University College Dublin e da Universidade de Maynooth, mostra que crianças entre 14 e 17 anos estão cada vez mais vendo o jogo como uma “parte normal do esporte”.

O estudo, publicado na BMC Public Health, é o primeiro do tipo na ilha da Irlanda e foca no consumo de esportes pelos jovens irlandeses, suas atitudes em relação ao jogo e suas reações ao envolvimento comercial nos esportes. Os pesquisadores entrevistaram 51 fãs de esportes em Derry, Letterkenny e Newry, descobrindo que 15% dos participantes — aproximadamente um em cada sete — foram diretamente incentivados a gastar dinheiro em apostas devido a esforços de marketing.

Consumo de esportes por jovens dominado por redes sociais móveis

Os jovens fãs de esportes estão se afastando dos meios de comunicação tradicionais, preferindo acompanhar os esportes por meio de plataformas de redes sociais móveis como TikTok, Instagram, YouTube, Snapchat e WhatsApp. O estudo descobriu que, para muitos jovens, plataformas como o TikTok ofereciam conteúdo de fácil consumo, especialmente para esportes ao vivo e destaques, que poderiam ser acessados rapidamente sem as “partes entediantes”. Um participante de 17 anos de Letterkenny observou: “São vídeos curtos que você pode assistir rapidamente… e pode ver em qualquer lugar.” Muitos jovens também usaram Instagram e YouTube para aprender sobre técnicas esportivas, seguir atletas e até comprar produtos relacionados ao esporte com base em recomendações de influenciadores.

Alta exposição ao marketing de apostas através dos esportes

O estudo revelou a saturação de marketing de apostas esportivas que os jovens fãs de esportes irlandeses enfrentam, com ampla exposição em plataformas on-line e offline. O YouTube foi o canal mais citado, onde anúncios de sites de apostas eram exibidos antes e durante os vídeos.

O marketing de apostas também permeia os esportes ao vivo por meio de patrocínios, com os participantes mencionando marcas populares de apostas durante partidas de futebol e outros eventos. Essas associações constantes entre esportes e apostas normalizaram a presença do jogo na vida dos jovens fãs, de acordo com o estudo. Os participantes demonstraram entender o papel do patrocínio no apoio financeiro às equipes esportivas, mas estavam divididos sobre se as apostas eram um patrocinador apropriado. Quatro dos seis grupos focais priorizaram patrocinadores de apostas sobre outros, vendo-os como “adequados” devido à conexão entre apostas e esportes. No entanto, muitos participantes se desassociaram de serem o público-alvo desses anúncios, acreditando que pessoas mais velhas eram os destinatários pretendidos.

Críticas e resistência ao marketing de apostas

Apesar da normalização das apostas, vários participantes expressaram ceticismo e resistência à sua promoção. Alguns criticaram influenciadores e celebridades que endossavam marcas de apostas, e manifestaram preocupação com os possíveis danos que essas figuras poderiam causar. “Os influenciadores deveriam influenciar as pessoas a fazer grandes coisas,” disse uma jovem de 17 anos de Letterkenny, “mas ele está convencendo as pessoas a apostar, o que não é bom.” Os participantes também expressaram preocupações sobre o efeito das apostas na saúde mental e a imagem negativa que isso poderia projetar sobre os esportes. Um jovem de 16 anos de Newry sugeriu: “Se o esporte estiver associado ao jogo, pode fazer as pessoas pensarem que não é mais algo bom.”

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